O ministro da Previdência Social, Garibaldi Alves, disse
nesta quarta-feira que o novo sistema de fundos de previdência complementar dos
servidores públicos deve começar a funcionar nos primeiros dias de 2013. Ao
demonstrar otimismo com o novo mecanismo para a aposentadoria dos funcionários
do Poder Executivo, o ministro demonstrou confiança de que servidores do
Legislativo devem aderir à novidade.
"Tudo indica que nos dois primeiros anos o fundo de pensão do Poder Executivo
capitaneará também o fundo de pensão do Legislativo e que eles (do Legislativo)
vão se juntar", disse o ministro durante palestra de abertura do 33º Congresso
Brasileiro dos Fundos de Pensão, na zona sul da capital paulista.
O ministro comentou que espera que, em 20 anos, o novo fundo de pensão dos
servidores deverá ser dono de uma das maiores carteiras do setor no Brasil. Além
da capacidade de investimento na economia desse novo fundo, Garibaldi Alves fez
questão de repetir diversas vezes à plateia formada por executivos do setor de
fundos de pensão que a iniciativa do governo para a aposentadoria dos servidores
cria "justiça".
"Um dado que precisa ficar marcado é que a Previdência Geral (dos empregados
privados) dava prejuízo de R$ 36 bilhões por ano e pagava benefícios a 29
milhões de pessoas. A outra previdência dos servidores públicos, dava um
prejuízo de R$ 61 bilhões anuais e pagava benefício a apenas 1,1 milhão de
brasileiros. Hoje, estamos proclamando que temos um País mais justo em termos de
Previdência. De nada adianta termos um País mais rico se ele permanecer desigual
e injusto", disse.
Pensões
Garibaldi defendeu a continuidade das mudanças na previdência, agora com foco
nas pensões. Depois da criação de um sistema de fundos de previdência
complementar para os servidores públicos, agora ele defende a criação também de
um mecanismo mais "justo" no pagamento das pensões. "Temos um regime de pensão
que dá uma despesa de R$ 60 bilhões por ano", disse.
O ministro disse que o problema do atual sistema é que alguns trabalhadores
trabalham "uma vida inteira para deixar uma pensão ao dependente". "E a mesma
legislação permite que outro trabalhador faça apenas uma contribuição e, se
fizer uma contribuição cheia, sua pensão será igual à daquele que contribuiu a
vida inteira. Porque não há carência nenhuma."
Garibaldi deu como exemplo o caso de "alguém que estiver à beira da morte e
resolve fazer alguma contribuição e ainda contrair um laço matrimonial". Em caso
de morte neste exemplo, explicou, o beneficiário recebe a pensão por toda a vida
mesmo que a contribuição seja de apenas um mês.
No setor da previdência, esses episódios são apelidados como resultado do
"efeito Viagra" - situação em que homens mais velhos casam com parceiras novas
que, na morte do aposentado, recebem a pensão até o fim da vida. "Não podemos
deixar perpetuar essa anomalia", disse o ministro.
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